Tecidos Parte 4: Tramas, Estampas e Texturas

Várias são as possibilidades de classificação dos tecidos. Vamos aqui, nesta última parte da série “Tecidos”, abordar as classificações quanto às suas estampas, à sua trama ou teia, e quanto à textura.

Conforme as estampas, podemos ter:

Florais: abstratas, românticas, fotográficas, impressionistas, realistas, as flores sempre dão um ar bucólico, suave e sofisticado às estampas.

Geométricos: Linhas retas, diagonais, curvas, angulosas, esféricas, tabuleiros de xadrez, grafismos e símbolos todas as figuras geométricas que a criatividade puder alcançar dão toques ora moderno ora retrô ora despojado.

Étnicos: figuras e símbolos primitivos, exóticos, de culturas passadas, nativos.

Históricos: patrióticos, contos históricos saltam dos museus às estampas.

Artísticos: baseados em escolas e tendências de arte, referentes a uma determinada época com seus estilos e estéticas. Classicismo, barroco, art-nouveau, art-déco, modernismo ou pop-art, todos os estilos inspiram estas estampas.

Listrados: No século XII e XIII, as listras são inicialmente utilizadas ilustrando representações bastante negativas como as camisetas listradas dos prisioneiros. Ao longo da história, esse preconceito se perde no tempo e as listras conquistaram espaço nas camisas, looks românticos, estilo navy, peças colegiais, relacionando-se às ideias de modernidade e juventude. Podem denotar também poder quando usadas na vertical, e são femininas quando usadas na horizontal.

Quanto a sua trama ou teia podemos ter:

Planos: são os tecidos resultantes dos entrelaçamentos dos fios no sentido vertical (urdume) e dos fios no sentido horizontal (trama) em ângulo reto, sem felpas salientes ou composições complexas.

Jacquard: é o nome dado a padronagens complexas de entrelaçamento, com estampas complexas, coloridas, em ziguezague ou com relevo.

Brocado: é o tecido em jacquard com estampa em relevo. Suntuoso em sua forma, os brocados possuem estampas com flores ou arabescos, eram feitos com fios de seda dourada ou prateada, hoje substituída por lurex. Desde meados do século XIX, o brocado é associado a roupas de noite e ao luxo.

A textura, por sua vez, se refere ao tato do tecido. O seu sentido dependerá do sentido de tecê-lo, existindo ainda técnicas para enriquecer as texturas feitas através de processos químicos ou de costura. As texturas adicionam cor, efeito ou até performance ao tecido, e influenciam no caimento e modelagem.

São exemplos de texturas as compostas, felpudas (como os veludos), areadas (como a gaze ou a laise), maquinetadas (como os shantungs ou tecidos de camisaria, possuem delicados desenhos no mesmo tom ao fundo), bouclé (efeito encaracolado, aspecto irregular) e chenile (que possui franjas curtas e grossas como um tapete).

Com a evolução industrial e as necessidades competitivas, além do desenvolvimento da indústria química, novas tecnologias passaram a ser utilizadas e o que parecia ser o fim dos tecidos naturais passou a ser o início de uma nova era para a indústria têxtil.

O que se vê hoje é uma parceria indissolúvel entre fibras naturais e sintéticas, numa conjunção de materiais que fornecem recursos nunca antes imaginados. Tecidos ganham novos aspectos, elasticidade, texturas e possibilidades de tratamentos, multiplicando sua gama de utilização.

É preciso analisar as condições de uso e o gosto antes da escolha, todos os tipos de fibras têm muito a oferecer entre qualidade e durabilidade, assim, é possível unir a funcionalidade e preço do tecido com a boa aparência do ambiente. Mesclando origens, tramas ou estampas, o importante é alcançar o resultado final tão almejado pelo cliente.

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