Tecidos Parte 3: Fibras Artificiais
- Sandra Tumelero
- 21 de jul. de 2015
- 3 min de leitura
O mercado das fibras têxteis encontra-se dividido pelas fibras naturais e químicas. As naturais apresentam-se subdivididas nas fibras animais, vegetais e minerais. Por sua vez, as fibras químicas encontram-se discriminadas em sintéticas e artificiais. As fibras naturais e sintéticas já foram abordadas nos artigos anteriores. Abordaremos agora então, as fibras artificias.
Os tecidos artificiais vêm das fibras celulósicas, como os acetatos, as viscoses e o bambu, e das fibras de proteínicas procedentes de matérias como o milho e óleos vegetais. São obtidas através de transformação de um polímero natural utilizando-se artifícios físico-químicos.
As fibras artificiais aliam as fontes de celulose e de proteína, criando telas de distintas texturas como acetato, raiom e triacetato – a desvantagem, porém é que esses materiais são altamente inflamáveis. Entre os tecidos com fibras artificiais, destacam-se os veludos e o damasco. Podem também imitar perfeitamente a seda, o cetim, e até mesmo o algodão. No século XX, o raiom (nome da seda artificial, feito de celulose) e outras fibras sintéticas tomaram o lugar da seda.
Damasco ou adamascado é um tecido luxuoso trazido da China por Marco Polo no século XII, tornando-se um dos principais produtos comercializados entre o oriente e o ocidente. O nome vem de Damasco, capital da Síria, principal vitrine desta técnica de misturar fios brilhantes e desenhos, onde as famílias nobres do ocidente encomendavam o tecido por sua nobreza e distinção. Possuem como característica uma elaborada combinação de formas e fios que fazem desenhos com elementos da natureza, em geral em cor única. Os adamascados usam inspirações arabescas que são formas geométricas que sugerem flores e plantas entrelaçadas. O adamascado e os arabescos são muito utilizados em objetos de decoração como papel de parede, toalhas de mesa, cortinas e almofadas. Originalmente era um tecido de seda ricamente decorado, hoje são obtidos em teares com maquineta jacquard (padronagens complexas de entrelaçamento). O efeito das figuras resulta da diferença de brilho entre a teia e a trama. Este tipo de tecido também era considerado um dos mais belos da renascença sendo utilizado na decoração das roupas reais. No século XVII, ainda sob a influência da cultura renascentista, os tecelões italianos viam a ascensão dos franceses no domínio das clássicas sedas.
Veludo de fibra de Bambu, a nova fibra do século XXI é uma grande novidade do mercado têxtil trazendo cor, vida e brilho aos ambientes. Pelo fato de ser uma fibra 100% celulósica, a fibra de bambu pode ser totalmente degradada no solo por micro-organismos e luz solar, sem causar riscos ou danos ao meio ambiente. Pode florescer sem o uso de pesticidas e não é atacada por pragas. Este fato se dá porque a planta bambu possui um agente biótico que inibe a ação de bactérias. Essa característica no processo de obtenção das fibras têxteis de bambu se intensifica e é mantido nos artigos a que essas fibras se destinam. Biodegradável, bacteriostática e de matéria-prima renovável, a fibra de bambu é também recomendada a pessoas alérgicas. Os artigos confeccionados em fibras de bambu são extremamente confortáveis e macios, possuem maior leveza, maior sensação de frescor e ventilação.
O que difere as fibras artificiais das fibras sintéticas é que as fibras artificiais são produzidas pelo homem utilizando matérias primas da natureza como a celulose de onde são feitas as viscoses e o acetato, enquanto que as fibras sintéticas são as produzidas pelas matérias primas da indústria petroquímica tais como poliéster, poliamida e acrílico.
Na linhagem das fibras tanto sintéticas como artificiais, as inovações não param, pois novos estudos continuam a experimentar possibilidades para os tecidos, com fios inteligentes e peças high tech. O grande desafio da indústria têxtil é melhorar cada vez mais a qualidade dos fios produzidos, oferecendo preços competitivos, trazendo satisfação e qualidade de vida ao consumidor, fazendo fibras mais resistentes e duradouras e ao mesmo tempo, reduzindo a geração de poluentes procurando assim desenvolver processos de produção que não agridam o meio ambiente.




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